Chegada na República do Perú pela Região do Puno a 4.500 m.s.n.m - Amor nas Alturas
INTRODUÇÃO
O objetivo inicial da viagem até a República do Perú era percorrer toda a extensão do Deserto Peruano em uma jornada ciclística de 3.000 Km entre as cidades de Tacna e Tumbes com prazo máximo de conclusão de 25 dias. Tal jornada, inicialmente denominada Transperuana não pôde ser executada como previsto devido a um problema operacional ocorrido com o carro de apoio (Ford Corcel GT/75) nas proximidades da capital peruana, Lima. A quebra de uma peça do motor, após cerca de 1.250 Km pedalados fez com que perdessemos 03 (três) dias na cidade de Chilca até o reparo satisfatório do motor do automóvel. Esse tempo de 03 (três) dias veio a comprometer a conclusão satisfatória da Transperuana/2000 Milhas que pretendíamos executar conforme divulgação prévia e de acordo com o release abaixo:
Em virtude do ocorrido a equipe decidiu então que os exatos 1.243 Km percorridos no Deserto Atacamenho de Nazca em 11,3 dias, entre as cidades de Tacna de Chilca, seriam batizados como a
Hard Bike Tour VIII - Nazca Over Tour / 800 Milhas. Decidiu-se também que a partir daquele momento seria feita uma Tour de Corcel por alguns dos mais importantes pontos turísticos do Perú como por exemplo as Linhas de Nazca e a Cidade Sagrada de Macchu Pichu, entre outros e que ao final da estadia em terras peruanas aproveitando que passaríamos pela Floresta Amazônica, mais especificamente no departamento ou estado peruano de Madre de Dios, realizaríamos mais uma jornada ciclística que foi denominada Hard Bike Tour IX - Rally de la Sielva / 400 Milhas, jornada esta que foi concluída em 3,5 dias com exatos 602 Km, percorridos entre a cidade peruana de Marcapata e a cidade brasileira de Assis Brasil na fronteira do Acre com o Perú. O título das jornadas no Perú ficaram sendo então as Peruvian Tours.
SUPPORT BABY BIKE TEAM Front Line on Peruvian Tours
Richard Lavoisier
Ibanor Rebelato
Marcelo Pardal
Lead Endurance Biker
Guest Endurance Biker
Special Support Pilot
"HERE THE DEVIL CRIES!"
PRÉ-TOURS Imprensa, Saída e Viagem de Carro de Londrina no Paraná até Tacna no Deserto Peruano
06 a 13/04/2013
Via República da
Bolívia
Após praticamente um ano de preparação, pesquisa, treinamento, levantamento de fundos e muita paciência, estávamos prontos no inicio de abril de 2013 para iniciarmos a nossa longa e alucinada aventura em um dos lugares mais fascinantes e misteriosos do planeta terra: a República do Perú. Nosso carro de apoio (FORD CORCEL GT/ 75) também estava, depois de muitas internações na oficina e troca de varias peças, além de uma viagem-teste de 1800 Km entre Londrina e Florianópolis, ansioso para cair na estrada e cruzar boa parte da América do Sul. Com grande divulgação na imprensa local, nacional e internacional saimos no dia 06/04/2013 e percorremos cerca de 4000 Km atravessando a Republica da Bolívia de leste para oeste até chegarmos na cidade de Tacna no deserto do Atacama Peruano, após 07 dias de viagem passando por lugares fantásticos como a Serra de Maracaju no Brasil, o Gran Chaco, a Cordilheira dos Andes e o Lago Titicaca na Bolívia, além da região do Puno Peruano. No dia 14/04, por volta de 09 horas da manhã estávamos na entrada da cidade de Tacna para iniciar as Peruvian Tours.
SOL : Light of my Life
Passeio com Cloara do SBT
Support Baby e Cloara
Mato Grosso do Sul
Fronteira Brasil / Bolívia
Viper on the Road
Gran Chaco Boliviano
Região de Cochabamba
Germany World Bikers
El Gran Titicaca
Cidade de Copacabana
Anybody out There?
Pardal e seu Corcel
Lhamas do Puno Peruano
HARD BIKE TOUR VIII
NAZCA / 800 Milhas
DESERTO DO ATACAMA PERUANO
NAZCA OVER TOUR
Rodovia Panamericana
DA CIDADE DE TACNA ATÉ A CIDADE DE CHILCA
Cidade de Tacna
Cidade de Chilca
1243 Km em 271 horas corridas
Média de 110 Km/dia
Abril de 2013
Ciclistas de Resistência Ibanor Rebelato e Richard Lavoisier
Subida do Pampa de Clemesi
Ford Corcel GT 75 - Viatura Oficial das Peruvian Tours
Cidade de Cocachacra no Vale do Rio Tambo
Deserto Atacamenho de Nazca
Piloto de Apoio Marcelo Pardal na Beira do Oceano Pacífico
VÍDEOS
Etapa 1
14/04/2013 Domingo
Tacna -> Trevo de Ilo
117 Km
Jornada de 11 horas
08:45 às 19:45 hs
Distância Acumulada de 117 Km
The Start of Nazca Tour
Primeiras Pedaladas
Vale do Rio Sama
Iniciamos a jornada em um ritmo moderado, porém constante, respeitando o deserto e suas adversidades. Seguimos cerca de 120 km até iniciarmos a subida para Moquégua, passando por pampas, vales e montanhas. Com cerca de 60 km pedalados e após cruzarmos o Pampa de los Cerritos chegamos, por volta de 13:00 hs, no vale do Rio Sama. A partir daí subimos para as Lomas de Locumba e, após 20 km, chegamos em um grande e importante vale, com um caudaloso rio, o Rio Locumba. Esse rio forma, quando desagua no oceano pacífico, cerca de 60 km para Oeste de onde estávamos, a maior área alagada do Perú: Os famosos banhados de Ite.
Rodovia Panamericana
Thunder Blue
Manda Ver,Tio Iba!
Paramos para beber alguma coisa em um quiosque na beira do rio, quando fomos ferozmente atacados por uma nuvem de mosquitos famintos que nos fizeram acelerar a saída do vale. O vento, que pela manhã estava relativamente calmo, após o vale do Rio Sama tornou-se um mini furacão e infelizmente, para nós, soprando em direção contrária a nossa pedalada e travando sobremaneira o desenrolar da jornada. Por volta das 17:00 hs iniciamos a travessia do Pampa Cañadions. Estávamos com pouco mais de 80 km percorridos e teríamos uma serra violenta pela frente: a Serra de Moquégua.
Vamos Para Ite?
Lomas do Rio Locumba
Support GT Car
Logo após o trevo para as praias de Ilo, fomos abordados e convencidos por um policial rodoviário a abortar tal subida por causa do tráfego intenso dos moradores de Moquégua que retornavam das praias de Ilo naquele final de tarde de um domingo de sol. Realmente, quando chegamos ao trevo percebemos que a rodovia Panamericana se transformara em uma avenida com carros, ônibus e motos trafegando em alta velocidade. Com 117 km percorridos desde Tacna, resolvemos acatar a orientação do policial e encerramos o primeiro dia de batalha, recolhendo as bikes e subindo 32 km no carro de apoio até Moquégua, onde nos instalamos em um luxuoso hotel em frente do estádio de futebol da simpática e agitada cidade.
Pampa Canadions
SOL Sempre Presente
Primeiro Crepúsculo
Etapa 2
15/04/2013 Segunda-feira
Moquegua -> Cocachacra
122 Km
Jornada de 12 horas
09:00 às 21:00 hs
Distância Acumulada de 239 Km
Estádio de Moquegua
Ready to Battle
Deserto Surpreendente
Após uma ótima noite de sono, partimos para a luta por volta das 09:00 hs. A saída de Moquégua é complicada. No trevo da cidade tem uma ponte sobre o já naquele ponto agonizante Rio Moquégua, que como muitos outros rios não consegue atravessar o deserto até o Oceano Pacífico. Pode-se visualizar dali uma grande subida que constatamos depois ter cerca de 08 km: a subida do Pampa de Congas. A paisagem era impressionante e a subida feroz. Utilizando a técnica do "slalom" levamos mais de 01 hora para chegarmos até o alto do pampa, depois de passarmos por um túnel no alto da montanha. O Pampa de Congas é relativamente curto (10 km) e logo em seguida outra subida nervosa, a subida de Clemesi.
Slalon no Deserto
Polícia Carretera
Pampa de Congas
Com tudo isso e mais as tradicionais paradas para fotos e filmagens chegamos ao inicio do Pampa de Clemesi, onde existe um povoado dos índios Aymarás, que ali criam umas galinhas muito estranhas, exatamente às 13:30 hs. Havíamos percorrido 55 km desde a ponte sobre o Rio Moquégua, o sol estava fervendo, os índios gostaram de nossas bikes. Após dividirmos alguns biscoitos com aquelas aves esquisitas e tomarmos água e refrigerante "al tiempo", ou seja, sem gelo, paramos pela Panamericana. O Pampa de Clemesi, ao contrário do de Congas é extenso, muito extenso. São cerca de 50 km de grandes retas, algumas ondulações e poucas curvas, tudo a 2.600m de altitude.
Steel Tour
Viatura Oficial
Subida de Clemesi
Imprimindo um ritmo fortíssimo de pedalada chegamos ao fim do inesquecível Pampa de Clemesi por volta das 17:00 hs. Iniciamos, então, por 12 km, a incrível e radical descida do Vale do Rio Tambo, onde já próximo da cidade de Cocachacra "descolamos" um excelente restaurante a beira do imenso vale, onde comemos um delicioso peixe da região. Alguns quilômetros depois, já por dentro do vale, beirando o Rio Tambo, chegamos na bela cidade de Cocachacra por volta de 20:00 hs, e nos hospedamos no simpático Hotel Ensueños de uma também simpática e "mui hermosa" gerente. Constataríamos depois que em termos ciclisticos esse dia fora um dos mais difíceis da Tour de Nazca.
Pampa de Clemesi
Fala Sério, Pardal!
Descida para Cocachacra
Etapa 3
16/04/2013 Terça-feira
La Jóia -> Majes
65 Km
Jornada de 04 horas
13:00 às 17:00 hs
Distância Acumulada de 304 Km
Vale del Tambo
National Sanctuary
Lagunas de Mejia
O Vale do Rio Tambo é importantíssimo pela sua fertilidade, tamanho e também porque quando o rio encontra o oceano forma o maior santuário de aves do Pacífico Sul: O Santuário Nacional das Lagunas de Mejia, distante cerca de 15 km de Cocachacra. Pela manhã pegamos as bikes e fomos conhecer esse maravilhoso local à beira do oceano. Retornamos para Cocachacra, almoçamos e resolvemos subir de carro os 63 km que separam o Vale do Tambo do Pampa de La Joia, já próximo da cidade de Arequipa. A subida de La Joia é uma subida violenta que levaríamos pelo menos um dia para vence-la, se fôssemos de bike. Essa distância de 63 km mais os 37 km da subida de Moquégua seriam compensadas (era o que imaginávamos) no Deserto de Sechura, situado ao norte do Perú.
Túnel do Tempo
Old Friendship
RedDragon & WildMurruga
Por volta de 14:00 hs chegamos a um enorme viaduto que separa a Panamericana da estrada que leva a Arequipa e iniciamos a pedalada no começo do Pampa de La Joia, já contabilizando os 15 km entre Cocachacra e as Lagunas de Mejia. O Pampa de La Joia assemelha-se um pouco ao de Clemesi, com a diferença que o tráfego de caminhões e automóveis é intenso, pois Arequipa é a segunda maior cidade da República do Perú, com cerca de um milhão de habitantes, sendo o principal pólo industrial do sul do país. Uma situação bastante inusitada e marcante foi termos visto 02 leões em um caminhão de circo. Achamos bem estranho ver dois leões africanos em um deserto sul-americano.
Marcelo Oswaldo Matheus
Strange Lions
Pampa de La Jóia
Estávamos bem descansados, bem alimentados e dispostos a pedalar, por isso vencemos os cerca de 50 km do Pampa de La Joia até a cidade de Majes em 04 hs de jornada até certo ponto difícil pelo tráfego intenso de caminhões, pelo forte calor e pela altitude próxima de 3.000 mts. Ao chegarmos na cidade de Ocoña, visitamos um museu particular de um funcionário da prefeitura com coisas muito interessantes, entre elas um antigo Quipo (tipo de HD primitivo). Passamos a noite na cidade de Majes, onde compramos alguns souveniers num grande mercado a céu aberto. Dormimos cedo, pois o dia seguinte prometia fortes emoções e também fortes pedaladas, já que iríamos percorrer nos próximos dias cerca de 400 km às margens do Oceano Pacífico.
Hard Bike Tour VIII
Jóia's Sunrise
Quipo Inca
Etapa 4
17/04/2013 Quarta-feira
Majes -> Ocoña
151 Km
Jornada de 12 horas
05:30 às 17:30 hs
Distância Acumulada de 455 Km
Alvorada no Deserto
Interplanetary Biker
Moendo a Panamericana
Iniciamos a pedalada bem cedo,saindo de Majes por volta de 06:30 hs e com uma temperatura bastante agradável. Teríamos inicialmente cerca de 60 Km antes de começar a descida do Vale do Rio Camaná, descida esta que nos levaria para a beira do Oceano Pacífico. Começamos num ritmo bem forte,pois pretendíamos percorrer cerca de 150 Km até a cidade de Ocoña. Meu amigo Ibanor Rebelato, apesar de obviamente ter um ritmo de pedalada diferente do meu, utilizando uma gama maior de combinações de marchas e, por consequência tendo um giro maior e mais rápido, porém de resultado final mais lento, estava tendo um desempenho pra lá de ótimo, pondo em prática seu obstinado e intenso treinamento de 06 meses na Estrada do Rio Vermelho, em Florianópolis.
Red Dragon
Endurance Bikers
Desertera
O visual era qualquer coisa e o vento esfriava a temperatura à medida que nos aproximávamos do Oceano. Por volta de 08:30 hs tomamos um café pitoresco acompanhados de algumas cabras que perambulavam pelo interior de um bar/restaurante de um cara muito gente boa. A pedalada continuou forte até que por volta 10:00 hs começamos a descer a fantástica e interminável descida de Camaná. Sao cerca de 30 Km de uma descida radical, perigosa e com curvas que beiram o absurdo. Sem dúvida um dos momentos mais inesquecíveis e impagáveis da Hard Bike Tour VIII. Finalmente depois de um grande posto de fiscalização, a última curva para o Grande Oceano.
Hora do Almoço
Support Baby Members
Curtindo o Visual
Almoçamos um ótimo peixe na cidade de Camaná e após atravessar o grande e fértil vale do Rio Camaná caímos novamente na Panamericana, agora litorânea, e a pedalada começou a ficar bem feroz. Muitos morros e aclives na beira do Oceano Pacífico misturado a um vento muito forte fizeram daquela uma tarde bem Hard. O entardecer nos premiou com um visual alucinante, e por volta de 18:30 começamos a descer o Vale do Rio Ocoña, outra descida deslumbrante e perigosa. Descolamos um hotel um tanto quanto esquisito e fomos descansar para a batalha do dia seguinte.
Vamos a la Playa?
Tio Iba
Entardecer no Pacífico
Etapa 5
18/04/2013 Quinta-feira
Ocoña -> Chala
158 Km
Jornada de 14 horas
06:30 às 20:30 hs
Distância Acumulada de 613 Km
Mais Um Dia de Luta
Vale dos Pescadores
Stones of Desert
A saída do vale de Ocoña é complicada apesar da subida não ser das mais longas. O problema é que ali a estrada é muito estreita, espremida entre a parede rochosa e um enorme precipício, com muitas pedras soltas na pista. O dia amanhecera um pouco frio, mas aos poucos foi esquentando e em termos de pedalada aquele seria um dos dias mais "quentes" de nossa aventura no Deserto Peruano. Pouco depois da subida citada chegamos em um lugar chamado Alto dos Pescadores para logo em seguida descermos ao vale do mesmo nome: Vale dos Pescadores. Um lugar muito diferente com o rio morrendo pouco antes de chegar no Oceano. Paramos para um rápido lanche e algumas fotos naquele pitoresco local.
Aqui o Bicho Chora!
Templo de las Calaveritas
Pardal na Rede
Se a subida para sair de Ocoña não era extensa, a dos Pescadores era muito, mas muito extensa. Com o visual daquele estranho vale (meio seco, meio fértil) à nossa direita, uma ótima estrada e muita vontade de pedalar vencemos as várias curvas daquela enorme subida. Por volta de 10:30 hs chegamos em uma igreja um tanto quanto macabra, o Templo de las Calaveritas, ou Igreja das Caveirinhas. O local é todo decorado e ornamentado com vários tipos de caveiras e muitas velas acesas, um verdadeiro forno no meio do Deserto com uma mistura de crenças impressionante. Já estávamos com uns 70 Km percorridos e o Sol, naquele momento, já estava furioso. Por volta do meio-dia achamos uma pequena praia escondida atrás de uma curva. Ali foi um bom tempo curtindo, mergulhando, descansando e apreciando as muitas aves e a beleza do Oceano Pacífico.
Passion at a Hidden Beach
Peruvian Tours
Carpe Diem
A pedalada estava very, very hard. Muitos morros e encostas na beira do Pacífico, vento forte e um sol poderoso. Pouco antes das 14:00 hs e com cerca de 100 km percorridos encontramos um casal de ciclo-turistas norte-americanos que estavam dando a volta ao mundo e estavam indo em direção a Terra do Fogo, no sul da Patagônia. Trocamos umas ideias e tiramos algumas fotos... Show de Bola!!! Logo depois passamos no restaurante do "Amigo Richard" para um Refri-stop muito bem-vindo. A jornada seguia feroz e os visuais do deserto litorâneo também. O pôr do sol foi qualquer coisa e a partir daí o bicho pegou e pegou bonito. A cidade de Chala está localizada numa baía, baía de Chala, mas para chegar lá... Meu Chapa!!! Dois morros monstruosos que exigiram muito de nós nos quilômetros finais embaixo de uma lua que era um verdadeiro holofote natural. Por fim e para compensar, uma descidona até a bonita cidade de Chala. Um dia tão inesquecível quanto furioso.
Couple of American Bikers
Deserto de Nazca
Mushroom's Tea
Etapa 6
19/04/2013 Sexta-feira
Chala -> Puerto Lomas
99 Km
Jornada de 08 horas
09:00 às 17:00 hs
Distância Acumulada de 712 Km
Baía de Chala
Lomas de Atiquipa
Inocência Condenada
Nosso sexto dia no Deserto do Atacama Peruano oscilou entre o maravilhoso e o sensacional. Atravessamos regiões diferentes e pitorescas e no final da jornada já estávamos praticamente dentro da pouco plana "planície" de Nazca, o que prometia também um "day after" alucinante. Na saída da baía de Chala, aquela tradicional e gigantesca subida para aquecer as canelas. Subida pra gente grande irmãozinho, pode acreditar! No topo dessa enorme montanha começa, ou melhor, existe uma região única dentro do Grande Atacama: As Lomas de Atiquipa. Uns bosques secos com umas árvores muito loucas que deixam a paisagem meio fantasmagórica. Esse tipo de bosque só ocorre ali, numa pequena área em volta da cidade de Atiquipa, cidade essa situada a cerca de 25 km de Chala. Encontramos no meio das Lomas um velho e simpático burro condenado e abandonado para morrer à mingua no Deserto, mas que por viver em Atiquipa, certamente teria ainda um bom tempo de vida alimentando-se das pobres, porém numerosas gramíneas da região. O bicho era tão cativante que deu vontade de amarrá-lo junto com as bikes e trazê-lo pro Brasil.
Ciclismo de Resistência
Corcelito Dorado
Pardal Batendo as Asas
A região era realmente diferente e o contraste entre o mar, o deserto e aqueles bosques estranhos era marcante. Por volta do meio-dia e após passarmos pelas Lomas chegamos no Mirador del Lagarto, uma enorme montanha ao lado da pista cujo cume é habitado por uma família de ferozes lagartos que não deixam ninguém chegar lá em cima, ou seja, piração no deserto. Com um bom binóculo, inclusive, pode-se ver alguns deles vigiando a área, por isso o nome da montanha: Mirador do Lagarto. A rodovia ora se afastava do mar e outras "encostava" na água e com cerca de 50 km de pedal, despencamos por uma descida com umas curvas bem pronunciadas e chegamos a outra região simplesmente insólita: os Arenales de Yauca. Uma grande área de dunas na beira do oceano cortada pela Panamericana, ou vice-versa. Muito vento e muita areia solta voando, formando uma verdadeira tempestade. São cerca de 12 km com as dunas intermináveis de um lado e o Pacífico do outro, um lugar extremamente deserto e agressivo, pois nada se cria no meio de tanto vento e areia solta. Com a Panamericana por vezes desaparecendo nos bancos de areia e os poucos caminhões em ziguezague tentando se manter na pista (e nós também), saímos dos arenales e chegamos no vale do Rio Yauca, onde existe a pequena cidade com o nome do rio.
Richard at the Pacific
Arenales de Yauca
Nazca Over Tour
Almoçamos em Yauca por volta das 14:00 hs e estávamos com cerca de 70 km percorridos desde Chala. No vale de Yauca compramos umas variedades de mel bem diferentes, tipo de azeitona por exemplo. Continuamos a jornada e após o vale já estávamos na planície de Nazca, que como dito não e muito plana. Resolvemos aportar na pequena cidade de Puerto Lomas, cerca de 05 km pra fora da rodovia, pois queríamos penetrar na misteriosa e alucinante região de Nazca com a luz do sol brilhando nas areias do deserto. Puerto Lomas é um entreposto pesqueiro e não um ponto turístico, mas descolamos um hotelzinho razoável com um cara gente fina, chamado Don Pepe. Fomos dormir cedo, pois o dia seguinte prometia fortes emoções ciclísticas e turísticas.
Desert Biker
É Por Aqui Mesmo!
Chegada em Puerto Lomas
Etapa 7
20/04/2013 Sábado
Puerto Lomas -> Nazca
90 Km
Jornada de 07 horas
08:00 às 15:00 hs
Distância Acumulada de 802 Km
Adiós, Puerto Lomas!
Tira uma foto aí, Pardal!
Planície de Nazca
Amanhecemos na pequena e simpática Puerto Lomas bem ansiosos pois aquele era um dos mais esperados dias de nossa aventura peruana, afinal iríamos invadir a misteriosa e narcótica região da Planície de Nazca...e com um detalhe muito gratificante para nós: de Bike!!! A cidade de Nazca, cercada pelas enigmáticas linhas encravadas na areia do deserto, pelas Pirâmides perdidas de Cauachi, pelas Múmias de Chauchilla e por um visual estonteante está localizada a cerca de 80 Km de Puerto Lomas e apresenta uma altitude de 600 m em relação ao nível do mar, ou seja, a região de Nazca não é propriamente uma planície, muito pelo contrário...
Olha Bem, Cara...
Museu das Múmias
Bebê Múmia
O dia amanhecera nublado e disparamos por uma Panamericana lisa, linda e sem movimento e com a paisagem que tanto haviamos estudado e visto em fotos, descortinando-se à nossa frente. Não sabíamos se pedalávamos ou se ficavamos curtindo as hostis pradarias arenosas com aquelas montanhas amareladas de pano de fundo. Nada existe por dezenas de quilômetros, a não ser a própria vastidão do deserto e o forte vento, eterno morador e escultor das areias da região. Por volta de 11:00 hs chegamos na entrada para San Juan de Marcona e o sol já estava, naquele momento, atordoante. Por sorte, no trevo para Marcona, existe um pequeno vilarejo na beira da rodovia onde abastecemos os radiadores com sucos e refrigerantes.
Mulher Múmia
Biker Múmia
The Wanderer
A pedalada estava feroz e veloz, apesar do calor e do vento que parecia cada vez mais furioso e da sucessão de morros e chapadas que se multiplicavam à nossa frente. Por volta de 13:00 hs, com o sol a pino, cruzamos com uma figura surreal no meio daquela vastidão: Um andarilho, ou melhor, um "Hardwalktour" com mochila, panela e o escambau. O cara com traços escandinavos parecia uma miragem profética, todo de preto e apoiando-se num cajado, chegamos a pensar que estavam rodando um filme no deserto. Após cerca de 65 Km de pedal chegamos na entrada do cemitério das Múmias de Chauchilla, um sítio arqueológico com várias múmias dentro de buracos a céu aberto e extremamente conservadas, assim como muito de seus utensílios... de pentes a sandálias. O cemitério fica a cerca de 06 Km da Panamericana por uma estrada de areia batida. O visual em volta do local chega a oprimir o raciocínio, não existe maneira de descrever a beleza da paisagem. Exatamente às 15:00 hs chegamos na famosa cidade de Nazca.
Road to Nazca
Uncle in the Desert
Cidade de Nazca
Etapa 8
21/04/2013 Domingo
Nazca -> Ica
160 Km
Jornada de 14 horas
06:00 às 20:00 hs
Distância Acumulada de 962 Km
Entrando nas Linhas
Corcel on the Lines
Support Baby on the Lines
Por volta de 06:00 hs da manhã deixamos o hotel para iniciarmos a jornada mais aguardada naquele deserto: o dia que veríamos e atravessaríamos pedalando as intrigantes e misteriosas Linhas de Nazca. A cidade de Nazca é bem movimentada com muitos turistas, pesquisadores, artesãos (aliás o artesanato da região é muito rico) e também muitos pequenos aviões cruzando os céus e sobrevoando o Pampa San José, onde estão localizadas as Linhas. A cerca de apenas 05 Km da saída da cidade já se começa a visualizar estranhos "riscos", ou linhas encravados nas areias. Não existem cercas ou nenhum tipo de proteção, mas várias placas indicam que você está numa "zona intagible", ou seja: intocável.
Mistério no Deserto
Mirante das Linhas
Cara del Inca
No meio do Pampa San José existe um mirante com cerca de 20 metros de altura. Dali pode se ver de maneira nítida e próxima 02 figuras: um passáro e uma mão e também vários traços que compõe outros desenhos. Tudo muito grande, gigantesco mesmo. Não tem como não imaginar que tudo aquilo foi feito por, para ou sob orientação de alguma civilização, povo ou ser mais evoluído e que tinha o dom, poder ou tecnologia para voar sobre a região. Uma das figuras mais intrigantes, sem dúvida nenhuma, é a famosa "pista de pouso". São vários e vários riscos sobrepostos, aparentemente sem sentido, mas todos dentro de um enorme e quilométrico retângulo trapezoidal. Já foi provado e comprovado que os desenhos, todos eles, são posteriores aos riscos e sulcos dentro da "pista". No Pampa San José perguntas não faltam na mente.
Sierra del Rio Grande
Miragem
Atacama is Atacama!
O calor estava abrasivo e os morros surgiam e ressurgiam depois de cada curva, tinhamos uma árdua e longa jornada até a cidade de Ica. Atravessamos as Linhas de Palpa, outro grande conjunto de figuras e desenhos no deserto, já mais próximo da cidade de Palpa, onde passa o Rio Grande e forma um imenso e belo vale. O Rio Grande divide geograficamente as 02 maiores culturas do deserto do sul do Perú: A cultura Nazca ao sul e a cultura Paracas mais ao norte. A serra do Rio Grande, logo após o belo vale, é qualquer coisa de absurdo. Levamos mais de 01 hora para vencê-la e chegarmos na Quebrada de Santa Tereza, onde começa outra região lisérgica: o Deserto do Pampa de Huayuri, com cerca de 50 Km de extensão até próximo de Ica, onde chegamos por volta de 20 hs, depois de um dia violento em termos ciclísticos e também turísticos.
Pampa de Huaiury
Troca de Figurino
Chegada na Cidade de Ica
Etapa 9
22/04/2013 Segunda-feira
Ica -> Paracas
79 Km
Jornada de 05 horas
07:30 às 12:30 hs
Distância Acumulada de 1041 Km
Saída de Ica
Dunas do Deserto Icano
Obras na Panamericana
Saímos da agitada Ica por volta de 08:00 hs e sabíamos que teríamos uma jornada rápida e leve de cerca de 80 Km até um paraíso chamado Península de Paracas. A região de Ica (Deserto Icano) é formado basicamente por dunas, as famosas Dunas de Ica, onde encontram-se as maiores dunas do planeta. O visual é um pouco diferente, pois as dunas apresentam uma coloração bem peculiar e o Deserto fica mais "claro" por assim dizer. O vale de Ica é uma das regiões mais férteis do Perú, e a produção de frutas é grande, com inúmeras e extensas fazendas a beira da Rodovia. A temperatura estava agradável e o poderoso e conhecido vento Paracas deixava a pedalada bem refrescante.
Brothers on the Desert
Hoje é Paracas!
Humanos na Área
O ritmo estava bem acelerado e logo depois do meio-dia saímos da Panamericana em direção à Península e após 13 Km difíceis pois o vento estava agora batendo de frente, chegamos na famosa, linda e misteriosa Península de Paracas, berço de uma das civilizações mais interessantes da América do Sul: a civilização Paracas, antecessora da civilização Nazca. O alcance e influência da cultura Paracas na região do Grande Atacama vai além da Foz do Rio Loa no Atacama chileno, a cerca de 2000 Km na direção sul. Foram os desenhistas das Linhas de Palpa, e passaram o conhecimento, a técnica e as enigmáticas razões dos desenhos para a civilização Nazca.
Reserva de Paracas
Chegando em Paracas
Para Caracas!
O centro de Paracas é pequeno e extremamente comercial. Existem muitos e luxuosos condomínios na região que é grande e bem urbanizada. Aportamos em um bom hotel a menos de 100 metros da praia, almoçamos e aproveitamos a tarde para curtir aquele pedaço do Edén, depois de comprarmos os tickets para um passeio de barco no dia seguinte até as ilhas Ballestas, um dos maiores santuários de aves do mundo e de quebra conhecer de perto o insondável Candelabro de Paracas. Por volta de 17:00 hs, depois de visitarmos um museu da cultura local, fomos apreciar o pôr-do-sol no chamado "Deserto de Paracas", a cerca de 12 Km do centro, bem no interior da Península. Muito visual na cena. Paracas é considerado um dos lugares mais lindos do mundo, e nós conferimos de perto. Show de Bola!
Deserto da Península
Entardecer no Paraíso
Sun Chapa Set
Etapa 10
23/04/2013 Terça-feira
Paracas -> Cañete
93 Km
Jornada de 06 horas
14:00 às 20:00 hs
Distância Acumulada de 1134 Km
O Pelicano e o Pardal
Passeio de Barco
The Candelabrum
Acordamos bem cedo para curtir a alvorada naquele lugar mágico. Nosso barco para as Ilhas Ballestas partiria as 09:00 hs e estávamos bem ansiosos para ver ao vivo e em cores o famoso Candelabro que só pode ser visto do mar aberto para quem sai ou chega na entrada da Península.
Paracas tem um astral bucólico e paradisíaco, tudo muito calmo e meio em câmara lenta. Antes do embarque conhecemos um Pelicano folclórico,esperto e faminto. Criado desde pequeno por um pescador nativo o bicho é manso e foi ensinado a se aproximar das pessoas, geralmente turistas, em troca de um petisco (pedaço de peixe), que ele pega no ar com seu enorme bico. Nosso amigo Pardal adorou aquele contato próximo com seu primo distante e de bom grado pagou um cachê simbólico para o "dono" daquela estranha e interessante criatura. Aliás o bicho é grande, muito grande!
Ilhas Ballestas
Lions of Ballestas
Ilhas Ballestas II
O Candelabro de Paracas visto de perto é mais que impressionante, chega a ser assustador. Até hoje se discute se a figura realmente é um candelabro, ou apenas se parece com um. Com mais de 180 metros de comprimento, o desenho encravado nas areias de uma encosta suscita controvérsias e lendas que geralmente acabam em duas perguntas : Por que e Para que aquilo? E para muitos também há uma terceira pergunta: Para quem? Assim como as Linhas de Nazca e de Palpa, a figura é vista melhor do alto e seguindo a ponta da flecha no alto do desenho, o destino é o Pampa de San José, exatamente onde estão as famosas e misteriosas Linhas, a cerca de 200 Km dali. Muitos mistérios na parada... Após conhecermos as Ilhas Ballestas, outro lugar chocante, refúgio e santuário de várias espécies de aves, voltamos para o centro de Paracas e fomos fazer um Rally de Corcel pelo interior desértico da Península. Por volta do meio-dia estavámos prontos para zarpar.
Santuário de Aves
Corcel Rasgando as Dunas
Passando por Pisco
O vento na região de Paracas é muito forte e mais forte ainda no período da tarde. Saímos em meio a um mini-ciclone e cerca de 10 ou 12 Km depois, por uma estrada beirando o Oceano, chegamos na importante e agitada cidade peruana de Pisco. Aliás a Península de Paracas está dentro da Grande Baía de Pisco. Após uma overdose de sorvetes e refrigerantes (o calor estava agoniante) chegamos novamente na Panamericana. Nosso destino era o Vale do Rio Cañete, onde existem as cidades de San Vicente e de San Miguel. O ritmo da pedalada estava forte e por volta de 16:00 hs passamos pela cidade de Chincha Alta e mais ou menos por aí começamos a perceber que algo não ia bem com "nosso" valente Corcel. Pouco depois de Chincha Alta a Panamericana torna-se Auto-Pista, ou seja duplicada. Ao anoitecer saímos novamente da grande rodovia e começamos a entrar no vale do Rio Cañete. Pouco antes das 20 hs, chegamos e aportamos em um hotel na entrada de San Vicente de Cañete.
Killers on the Desert
Big Iba
Chegando em Cañete
Etapa 11
24/04/2013 Quarta-feira
Cañete -> Chilca
109 Km
Jornada de 07 horas
08:30 às 15:30 hs
Distância Final Pedalada de 1243 Km
Last Start
Peruvian People
Vale de Cañete
Iniciamos a jornada diária sem imaginarmos que aquele seria o último dia de pedalada da Hard Bike Tour 8. O vale do Rio Cañete é extenso e muito fértil. Já tinhamos, na noite anterior, pedalado cerca de 15 Km por ele até a cidade de San Vicente e tivemos que pedalar mais uns 15 para chegar novamente na Panamericana passando pela cidade de San Miguel e mais alguns pequenos vilarejos dentro do vale. O dia estava com uma temperatura amena e agradável, mas nós estávamos tensos e preocupados com a possível e iminente "quebra" de nosso carro de apoio. Após sairmos do grande vale de Cañete, caímos na imensa e duplicada Panamericana por volta de 10:30 hs, com o Oceano Pacífico sempre à vista. Estavámos a cerca de 100 Km da capital peruana Lima e começaram a surgir muitos e muitos condomínios de alto padrão nas belas praias de paisagens desérticas.
Desvio da Panamericana
O Que é Isso?
Unknow Biker
Estávamos, os ciclistas, muito bem fisicamente e já haviámos superado a pior parte do Deserto peruano: a região ao sul de Paracas com seus planaltos e platôs de grandes altitudes e principalmente a região alta próxima a cidade de Arequipa. A partir de Lima, as serras e grandes subidas diminuiriam bastante até chegarmos nas grandes planícies do Deserto de Sechura, no norte da República do Perú. O ritmo da pedalada estava fortíssimo, pois queríamos chegar logo na cidade de Lima, que para nós significava praticamente metade da Transperuana/2000 Milhas. Considerando o tempo e distância propostos, estávamos bem, pois pretendíamos amanhecer no dia seguinte bem próximos dos 1400 Km percorridos. Mas o destino tinha outros planos...
Últimos Suspiros
Auto Pista Duplicada
Grande Tio!
A pedalada seguia num bom ritmo até que por volta das 14:00 hs, nosso carro de apoio começou a "pipocar" de maneira mais séria em plena Panamericana, estando sem arranque e com metade da potência. Mesmo assim tentamos continuar até Lima, porém, próximo à cidade de Chilca, já nas imediações da capital peruana, o Corcelito Rei teve que ser rebocado pelo pessoal da concessionária da agora duplicada e pedagiada Panamericana. Pedalamos até Chilca sem apoio e o carro foi guinchado até uma oficina mecânica da cidade onde um mecânico de nome Marco nos garantiu o conserto para no mínimo 03 dias. Resolvemos então encerrar ali a Hard Bike Tour VIII que teve o título Nazca Over Tour / Nazca 800 Milhas. Não era esse o nosso objetivo, mas por outro lado, se tivessemos ido até o final da Transperuana num prazo aproximado de 25 dias, não teríamos tido tempo hábil para realizar a Tour de Corcel por alguns dos pontos turísticos mais importantes do mundo, como por exemplo o oásis da Lagoa de Huacachina e a Cidade Sagrada de Machu Picchú.
Últimas Pedaladas
Show de Bola, Pardal!
End of Nazca Tour
NAZCA OVER TOUR
Média Final de 110 Km/dia
Valeu Pardal, Valeu Tio Iba!
ENTRE TOURS
Turismo de Corcel na República do Perú
27/04/2013 a 08/05/2013
CIDADES DE CHILCA, LIMA E PUCSANA
Cidade de Chilca
Corcelito na UTI
Praça de Lima
Passeamos pelas cidades de Chilca, Lima e Pucsana enquanto aguardávamos o conserto do motor do nosso carro de apoio. A cidade de Chilca não tem muito a oferecer, porém suas praias, a cerca de 05 km do centro da cidade, são procuradas intensamente no verão. A capital peruana Lima é uma bonita cidade, grande e bastante agitada, com muitas construções históricas e muito colorida. Não obstante os atrativos turísticos e culturais, devido à sua localização geográfica, um certo clima estranho e pesado paira sobre a cidade, com nuvens cor de chumbo que não permitem a passagem dos raios solares. Ficamos pouco tempo em Lima, uma tarde na verdade, mas foi o suficiente para conhecermos o centro histórico da capital peruana. Na cidade de Pucsana conhecemos uma figura folclórica da região, um ítalo-peruano chamado Gian Franco Ratto Viviani, filho de um milionário e um playboy à moda antiga. O cara já participou de altas corridas de carro pelo deserto, foi campeão mundial de tiro ao prato, corre de fórmula Motonáutica e o escambau, enfim, uma figura muito louca. Acabamos por presenteá-lo com uma camiseta da Hard Bike Tour. Com o carro na mão, nos despedimos da simpática e atenciosa Carmen do hotel em que ficamos hospedados em Chilca e partimos para nossa trip turística pelo sul do Perú.
Catedral de Lima
Ratto Viviani/Pucsana
Adiós, Carmencita!
OÁSIS DA LAGOA DE HUACACHINA
Hotel Casa de Arena
This is Huacachina
História de Huacachina
Chegamos no Oásis de Huacachina e nos hospedamos no hotel Casa de Arena. A lagoa dispensa qualquer tipo de comentário, é um verdadeiro colírio a céu aberto. Turistas de todos os lugares do mundo e um clima de paz e harmonia contagiante. No dia seguinte fomos fazer um passeio de Buggy pelas dunas que cercam a lagoa, aliás, consideradas como as maiores dunas do planeta, e aproveitamos para descer algumas delas com pranchas de sandboard. Segundo a lenda, a lagoa de Huacachina se originou da lágrima de uma princesa chamada Rubia, que por causa de uma desilusão amorosa mergulhou para sempre nas águas de Huacachina. A lagoa fica localizada a cerca de 03 km do centro da cidade de Ica. Foi a primeira parada da nossa Corcel Tour.
Dunas de Ica
Support Baby Team
Holy Dive
DESERTO DE OCUCAJE
Praça de Ocucaje
Cerro Blanco
Burritos de Ocucaje
Considerado um dos desertos mais lindos e desolados do mundo, o pequeno e misterioso Deserto de Ocucaje fica localizado atrás da pequena cidade de Ocucaje, e é o maior cemitério de fósseis de baleias existente na Terra. Resolvemos fazer uma expedição arqueológica por um dos pontos mais conhecidos da região: o Cerro Blanco, uma vasta e alta montanha de coloração esbranquiçada. Depois de 40 minutos de caminhada árdua, acabamos por encontrar um crânio humano que nos chamou bastante atenção por apresentar características bem pré-históricas, tipo pré-sapiens. Alguns dias depois, entregaríamos tal achado no museu Inca na cidade de Cusco. O Deserto de Ocucaje é simplesmente acachapante, na verdade totalmente chapante.
Ibiana Jones
Oásis de Ocucaje
Fóssil Pré-histórico
CIDADE PERDIDA DE HUAIURY
Huarango Milenário
Maravilhas Peruanas
Cidade de Huaiury
Localizada na Quebrada ou Vale de Santa Tereza, as ruínas da Cidade Perdida de Huaiury com cerca de 2000 anos de existência formam um complexo emaranhado de muros e paredes encravado e muito bem protegido entre duas enormes montanhas. Existem controvérsias sobre os primeiros e originais habitantes, porém, é provável que tenha sido uma tribo desgarrada e independente da civilização Nazca. Utilizando técnicas rudimentares, pedras e areia do próprio deserto, construíram uma vasta e bem distribuída cidade pelo enorme vale. Pouco antes de se chegar nas ruínas, encontra-se outra grande atração turística: o Huarango Milenário, uma árvore com mais de 1000 anos de existência e tombada como patrimônio pelo governo peruano. O silêncio que impera naquele lugar chega a ser agressivo. É show de bola...
Capricha aí na Foto
Fala aí, Tio!
Love Anywhere
LINHAS DE NAZCA
Pampa de San José
The Whale
The Monkey
Chegamos novamente na cidade de Nazca e descolamos um bom hotel por indicação do nosso camarada Ratto Viviani. A cidade de Nazca é extremamente movimentada com grande fluxo de turistas e um artesanato dos mais ricos. Quando anoitece a parte central da cidade mais parece um formigueiro, com pessoas de todas as partes do mundo circulando pelas belas e bem cuidadas ruas e praças. Muitos restaurantes, inclusive brasileiros, e grandes e boas lojas onde se pode comprar desde um tênis da marca Michelin até uma xícara com os desenhos enigmáticos do deserto. A cultura da civilização Nazca é muito presente e visível em murais e painéis espalhados pela cidade. Além de tudo, a cidade de Nazca é um entroncamento rodoviário dos mais importantes dentro do Peru, pois a partir dali se vai tanto para o sul (Chile) quanto para o norte (Lima), além do que a principal estrada para Cusco parte de Nazca. Na manhã seguinte, fomos fazer um voo panorâmico sobre as enigmáticas linhas no Pampa San José. Vistos do alto, os desenhos parecem ainda mais intrigantes. As Pampas de Jumana, onde está localizado o Pampa San José e também abriga as Linhas de Palpa, mais próximas do Vale do Rio Grande, é sem dúvida um dos lugares mais intrigantes que existe, não tem como não ficar se perguntando a origem e a razão daquelas figuras gigantescas encravadas na areia do deserto.
O Beija-flor
The Fly Over The Lines
Mural na Cidade de Nazca
PIRÂMIDES DE CAUACHI
Área Intocável
A Grande Pirâmide
Vai Nessa, Tio!
Num dos extremos do Pampa San José, portanto não muito longe das Linhas, encontra-se um conjunto de pirâmides muito interessante: as Pirâmides de Cauachi. Estimam os arqueólogos que devem haver pelo menos 30 delas enterradas em uma área de 24 Km². Diferente das pirâmides egípcias e as da América Central, elas foram escavadas e/ou esculpidas na própria montanha arenosa pelo mesmo povo ou civilização que desenhou as Linhas, porém em épocas diferentes (as Linhas são bem mais antigas) e certamente as pirâmides assinalam o apogeu da Cultura Nazca ou Nazaca. Segundo o nosso guia, Eduardo, cerca de 500 mil pessoas viviam na região em volta das pirâmides. Interessante é que por muito tempo elas permaneceram "escondidas" e só no final do século passado começaram a ser exploradas e estudadas oficialmente. Atualmente uma equipe de arqueólogos italianos é responsável pelas escavações. O acesso é livre, porém não ao interior das monumentais estruturas. Pode-se observar certos "canais" descendo das pirâmides por onde escorria o sangue dos inúmeros sacrifícios , e a quantidade de cemitérios em volta delas é enorme.
A localização era estratégica pois a região de Cauachi é uma das poucas em todo o Grande Atacama em que a água aflora da terra. O Conjunto de Cauachi encontra-se a cerca de 10 Km da cidade de Nazca pela Panamericana e a cerca de 05 Km das Linhas por dentro do deserto.
Depósito de Suprimentos
A Grande Pirâmide II
O Bagulho é Louco!
SUBIDA PARA CUSCO
Saída de Nazca
Pampa de Galleras
True Love
Saímos de Nazca por volta de 07:00 hs, depois de 02 dias alucinantes naquele lugar mágico, e sabíamos que teríamos, ou melhor, o Corcel teria uma jornada duríssima pela frente : os 700 Km de curvas e subidas até a cidade de Cusco, localizada a 3500 m de altitude e atingindo no meio do caminho altitudes superiores a 4500 m. As pessoas com quem conversavámos em Nazca, peruanos na maioria, diziam que difícilmente chegaríamos no mesmo dia na Capital dos Incas, pois qualquer bom motorista com um carro potente de última geração, não consegue chegar em Cusco em menos de 12 horas. É um show infinito de curvas e mais curvas, muitas delas em cotovelos radicais com pista simples e sem acostamento. Caminhões e ônibus não conseguem fazer as curvas sem invadir a mão contrária. A velocidade máxima que se pode atingir e manter, dentro de uma margem de segurança, não passa dos 50 Km/h. O visual porém, é qualquer coisa. Imensas, altas e intermináveis montanhas se multiplicam no horizonte, muitos camelídeos como lhamas, vicunhas, alpacas e guanacos cruzam mansamente a pista. A cerca de 100 km de Nazca está o Parque, ou melhor, a Reserva de Pampa Galeras, um lugar extenso e meio plano onde vivem milhares desses animais. Almoçamos em uma cidade isolada no meio daquela imensidão. Já estávamos acostumados (um pouco) com os "males" da altitude, pois havíamos ficado 03 dias em Copacabana, cidade boliviana às margens do lago Titicaca na fronteira com o Perú e cuja altitude esta acima de 4000 m. Por outro lado o Corcelito estava furioso e tocando o horror em uma das estradas mais difíceis e sinuosas do planeta. No meio da tarde deixamos uma homenagem para a Grande Babãe Laíge, patrocinadora oficial de nossa jornada peruana. Ao anoitecer, estávamos a cerca de 230 Km de Cusco e só fomos chegar nessa linda cidade por volta de 22:00 hs. O Corcel e seu dono, Marcelo Pardal, estavam de parabéns! Apavoraram o sistema na subida para Cusco...
Região de Los Chankas
Tio Iba a 4200 m.s.n.m.
Cordilheira dos Andes
CIDADE DE CUSCO
Catedral de Cusco
Habitante de Cusco
Museu de Cusco
Encravada em um platô a 3.500 metros de altitude, a Capital dos Incas impressiona pela beleza de suas construções, pelo colorido de seu povo e pela força de sua cultura. É um outro Perú, na verdade é um outro mundo. A primeira pergunta que vem a mente é como um império tão vasto (o maior da História), militarmente forte e com a vantagem da altitude pôde sucumbir de maneira tão rápida e até certo ponto "fácil" à dominação de alguns poucos milhares de espanhóis, mesmo sem o conhecimento e o manejo das armas de fogo? Depois outras perguntas se sucedem, mas a quantidade de atrativos e monumentos não deixam tempo para se procurar respostas, é melhor tentar visitar e conhecer tudo que for possível, porque dificilmente tudo será conhecido e visitado. Cusco é uma cidade efervescente, cosmopolita e totalmente voltada para o turismo. Atrações e lugares pitorescos não faltam dentro da cidade e nem nos seus arredores. Igrejas monumentais, ruínas e monumentos diversos espalham-se em grande número. A cultura e os costumes de origem Inca são muito fortes e o orgulho de seus habitantes também. Desfiles e manifestações folclóricas ocorrem a qualquer hora, em qualquer dia e praticamente em todo lugar do centro histórico da cidade. A quantidade de turistas é imensa, uma vez que a cidade é ponto de passagem obrigatório para Machu Picchú, podendo-se dizer que de cada 10 pessoas circulando no coração da cidade, pelo menos 04 delas são de origem estrangeira e com objetivos turísticos. Opções gastrônomicas não faltam e tudo que se pode imaginar é oferecido nas ruas, com um comércio ambulante feroz e também em grandes mercados públicos onde se compra desde roupas de lã de alpacas a peças e artefatos artesanais dos mais interessantes. Ficamos praticamente 05 dias nessa instigante cidade e procuramos conhecer e curtir tudo que estava ao nosso alcance. Caminhar por Cusco não é tarefa fácil por causa da altitude de cerca de 3.600 metros, a regra principal é não ter pressa, pois lá a pressa é inimiga da pressão e passar mal por lá é coisa que pode acontecer a qualquer momento se você se esquece desse "precioso" detalhe. Mas nós tinhamos tempo e uma certa aclimatação pelos dias passados no Lago Titicaca, então exploramos a pé a região central e também fomos numa City-Tour conhecer a Fortaleza de Sacsaywaman e as ruínas das termas de Tambomachay entre outras atrações nos arredores da cidade. Cusco é outro planeta, dentro de um outro planeta que é o Perú. Show de bola!
Vistas de Cusco
Visuais de Cusco
Visões de Cusco
MACHU PICCHÚ
Classic Picture
Marcelo Pardal
Machu Pistols
Quando da invasão espanhola, a cidade de Machu Picchú estava sendo construída para servir aos imperadores Incas e seus agregados. Ao perceberem as "nobres" intenções dos espanhóis em destruir e aniquilar seu povo e sua cultura em nome de Deus, os Incas sabiamente abandonaram por completo as obras e retiraram todos os camponeses dos arredores da região do hoje chamado Vale de Santa Tereza, cortado pelo Rio Urubamba e cenário da fantástica obra de engenharia e arquitetura, que graças ao isolamento do local e ao silêncio do povo Quéchua, sobreviveu a fúria dos invasores e a sua sede divina por ouro. Uma das últimas ordens Incas foi para que a trilha que liga Cusco a Machu Picchú (uma caminhada de 05 dias pela Cordilheira Verde) fosse fechada totalmente, não dando a possibilidade de algum espanhol mais curioso querer saber aonde ia dar aquele caminho. Muitas lendas se criaram e os espanhóis até tentaram, algumas vezes, descobrir a verdade, mas eram enganados e desorientados pelos guias e pelo povo em geral e acabaram perdendo o interesse. Somente no início do século passado, um explorador inglês guiado por um garoto, subiu o curso do Rio Urubamba e descortinou aquela que é uma das 07 maravilhas do mundo.
Chegar até Machu Picchú exige disposição e paciência. Não existem estradas até lá e as opções ficam entre trens ou uma caminhada de cerca de 15 quiilometros pela floresta a partir do fim da estrada depois da pequena cidade de Santa Tereza, podendo também o turista, se tiver tempo, sair de Cusco pela já citada trilha (chamada Trilha Inca) em grupos fechados com guias. De qualquer maneira a paisagem pelo caminho é compensadora. Nós fomos com uma van até o final da estrada onde existe uma usina hidrelétrica e fizemos uma caminhada de aproximadamente 03 horas até um lugar chamado Aguas Calientes, ou Pueblo de Machu Picchú, que fica aos pés das montanhas sagradas. De lá partem micro-ônibus a toda hora que sobem até a entrada do parque de Machu Picchú. Saímos de Cusco pela manhã e chegamos em Aguas Calientes ao anoitecer. Na manhã do dia seguinte, finalmente, fomos conhecer a Cidade Sagrada dos Incas. Deslumbrantes talvez seja o termo mais apropriado para descrever aquelas construções, além de impressionantes e magníficas. O dia estava lindo e o visual para qualquer lado que se olhasse era de tirar o fôlego.
Não tem como não imaginar como os Incas conseguiram construir tudo aquilo, como encontraram e decidiram por aquele lugar que parece estar fora de qualquer tempo e de qualquer dimensão. Felizmente os espanhóis não descobriram e não destruíram Machu Picchú. Gracias, Pachamamma!!
Ibanor Rebelato
Cidade de Machu Picchú
Aguas Calientes
VÍDEOS
Visita à Cidade Sagrada de Machu Pichu no Intervalo das Hard Bike Tours
HARD BIKE TOUR IX
MADRE DE DIOS / 400 Milhas
FLORESTA AMAZÔNICA PERUANA
RALLY DE LA SIELVA
Corredor Interoceânico
DA CIDADE DE MARCAPATA ATÉ A CIDADE DE ASSIS BRASIL
602 Km em 84 horas corridas
Média de 172 Km/dia
Maio de 2013
Largada do Rally da Selva em Marcapata
Descendo a Cordilheira Verde
Aqui é Mamabamba, Tá Ligado?
Break on Through Project
Floresta Amazônica Peruana
Término das Peruvian Tours na Fronteira Brasil - Perú
VÍDEOS
Etapa 1
08/05/2013 Quarta-feira
Marcapata -> Mazuco
146 Km
Jornada de 08 horas
08:00 às 16:00 hs
Distância Acumulada de 146 Km
New Friends
Vale de Marcapata
Horses on the Road
A pequena cidade de Marcapata, situada a cerca de 3.200 metros de altitude e distante 120 Km de Cusco, foi o ponto inicial de nossa segunda jornada ciclística em terras peruanas. Localizada no alto de um imenso e maravilhoso vale cortado pelo rio Putumayo, é rodeada por picos nevados e enormes montanhas . A estrada, até onde a vista pode alcançar, mais parece uma serpente ziguezagueando e contorcendo-se pelas encostas e desfiladeiros daquele lugar selvagem e estranho.
Durante nossa curta estadia de 01 dia no pequeno hotel da cidade, fizemos amizade com 02 viajantes bem "rodados" e bem simpáticos: um brasileiro chamado Ricky e um canadense de nome John. Estavam fazendo o caminho inverso ao nosso e iriam partir no dia seguinte para Cusco.
Habitat Natural do Tio
Diz aí, Pardal...
Dá Mais Zoom, Dá Mais Um
Nossos novos camaradas nos deram umas coordenadas sobre os lugares que passaríamos durante a pedalada, pois aquela Hard Bike Tour iria acontecer meio no escuro, pois diferentemente das outras não havia sido feito um estudo prévio sobre a região a ser percorrida. Iniciamos a descida do vale de Marcapata e da chamada Cordilheira Verde (onde a Floresta Amazônica invade a Cordilheira dos Andes) por volta de 09:00 hs com muito frio na cena, mas com um sol promissor no horizonte. Não tínhamos noção exata, mas sabíamos que desceríamos muito, muito mesmo até chegarmos na planície amazônica e entrarmos no Departamento ou Estado peruano de Madre de Dios.
Cordilheira Verde
É Massa! Mas é Feroz!
Mãe de Deus
Foram cerca de 03 horas e 70 km de puro declive, com uns povoados minúsculos e de nomes bem diferentes na beira da estrada como Mamabamba e Ttio, entre outros. Paredões gigantescos nos acompanhavam e curvas sinuosas surgiam do nada assim como também bandos de cavalos no meio da pista. Muitas paradas para curtir aqueles últimos visuais andinos. E põe visual nisso!! Estávamos descendo a última fronteira da Cordilheira, já na divisa com a Floresta... Show de bola!
Por volta de 14:00 hs chegamos numa grande placa indicando que a partir dali, estariamos na região considerada capital mundial da biodiversidade: Madre de Dios. Grandes e largos rios começaram a surgir junto com a densa selva verde. Por volta de 16:00 hs chegamos na movimentada cidade de Mazuco, já em plena planície amazônica. Foram 140 km inesquecíveis.
Rio Iñabari
Final de los Andes
Mazuco City
Etapa 2
09/05/2013 Quinta-feira
Mazuco -> Puerto Maldonado
187 Km
Jornada de 11 horas
07:00 às 18:00 hs
Distância Acumulada de 333 Km
Saída de Mazuco
Amazônia Peruana
Break on Through
No dia anterior, cerca de 12 quilômetros antes de Mazuco, passamos pelo Rio Iñabari e pode-se dizer que esse rio marca o fim da Cordilheira dos Andes para quem vem de Cusco pelo Corredor Interoceânico, uma das pouquíssimas estradas do Departamento de Madre de Dios. A partir daquele grande rio as imensas montanhas andinas desaparecem por completo e o clima e a paisagem mudam completamente, em um contraste bem interessante. A floresta amazônica, literalmente, toma conta da cena. A cidade de Mazuco é bem agitada, é daquelas cidades que ficam na beira da rodovia, com um comércio frenético das mais diversas mercadorias. Partimos por volta de 08:00 hs e imprimos um ritmo bem forte de pedalada e após 20 Km subimos uma pequena (porém esticada) serra amazônica, a Sierra de Santa Rosa.
Forest Biker
Corredor Interoceânico
Filma aqui, Irmãozinho
Tínhamos uma jornada longa de cerca de 185 Km até a cidade de Puerto Maldonado, capital de Madre de Dios, e sabíamos que deveríamos chegar lá antes do anoitecer, pois os perigos noturnos na densa floresta eram vários e desconhecidos. O calor estava sufocante, mas o relevo relativamente plano aliado à nossa vontade de pedalar, fez com que atingíssimos 100 Km por volta de 12:00 hs. Após um rápido pit-stop em um pequeno povoado para descanso e um leve cochilo, caímos novamente no Corredor Interoceânico e cadenciamos um pouco mais a pedalada para evitar um desgaste excessivo em função do calor.
Grande Garotinho
Hard Bike Tour IX
Rasgando a Floresta
Com duas paredes verdes nos ladeando e com algumas paradas para lanches, sucos e refrigerantes no meio do caminho fomos evoluindo em nossa jornada e por volta de 17:00 hs encontramos uma placa que indicava 10 Km para Puerto Maldonado. Pouco depois das 18:00 hs chegamos no início do centro da cidade e logo encontramos um bom hotel, onde pudemos descansar daquele dia extremamente "quente" em termos ciclísticos e climáticos. Aliás em termos de distância, esse viria a ser o mais longo dia de nossas aventuras ciclísticas em terras peruanas: 187 Km pedalados em 11 horas de jornada. PANCADARIA!
Rasgando a Floresta II
Save the Planet
Puerto Maldonado
Etapa 3
10/05/2013 Sexta-feira
Puerto Maldonado -> San Lorenzo
178 Km
Jornada de 09 horas
09:00 às 18:00 hs
Distância Acumulada de 511 Km
Ponte Billinghurst
Uncle on the Bridge
Aqui é Perú, Cumpádi!
Partimos para nosso terceiro dia de jornada na floresta peruana e penúltimo das Peruvian Tours, por volta de 09:00 hs, de uma enorme ponte sobre o também enorme rio Madre de Dios na simpática cidade de Puerto Maldonado. O rio Madre de Dios com cerca de 1200 Km de extensão é um dos mais importantes rios peruanos, juntando-se em território da Bolívia ao rio Mamoré e formando em terras brasileiras o rio Madeira. Estávamos empolgados com o rendimento da pedalada nos 02 primeiros dias e tínhamos que manter o ritmo forte pois o dia anunciava pelo menos 160 Km a serem percorridos, e o sol estava, já naquele horário, mostrando sua fúria. O "Rally da Selva" estava por assim dizer, extremamente selvagem.
Brazil is Coming!
The Village
Floresta Fervente
Por termos saído um pouco "tarde" de Puerto Maldonado e pelo perigo de ataques de onça durante a noite, acabamos por acelerar bastante a pedalada, apesar do fortíssimo calor e das constantes ondulações do relevo, no estilo sobe-e-desce e repete a dose. Passamos por alguns povoados e vilarejos isolados no meio da selva, entre os quais um que nos chamou a atenção pelo nome e pela tranquilidade, além da imensa quantidade de borboletas que voavam no local : o Povoado Alegria.
Por volta de 14:30 hs havíamos percorrido cerca de 100 Km e isso era um bom sinal, pois teríamos mais umas 04 horas de dia claro para "fazer" uns 70 Km e chegar em uma cidade de nome San Lorenzo, o que poderia ser feito de maneira relativamente tranquila.
Peruvian Picture
Aqui o Bicho Chora!!
Alegria, Alegria
Com o grande amigo Ibanor Rebelato "tocando o horror" nos pedais e com o apoio efetivo do também grande amigo Marcelo Pardal, fomos curtindo aquele tarde em plena amazônia, com muitos sons e gritos de macacos, além de uma verdadeira sinfonia de cantos das mais diversas aves. O calor e as ondulações continuavam, assim como as nuvens de borboletas que cruzavam a pista, entrando por dentro da roupa e até no capacete. Pouco depois das 18:00 hs chegamos em um amontoado de casas e fomos informados que ali era San Lorenzo. Já estava escuro para continuar a jornada e fomos informados também que hotel só dali a 25 Km numa cidade chamada Ibéria. Com cerca de 170 Km percorridos, resolvemos encerrar ali a terceira etapa, indo de carro até Ibéria para no dia seguinte retornar até a pequena San Lorenzo para finalizar o Rally da Selva.
O que é a Felicidade?
Radiador Seco
Giant Spider
Etapa 4
11/05/2013 Sábado
San Lorenzo -> Assis Brasil
91 Km
Jornada de 07 horas
09:30 às 16:30 hs
Distância Final Pedalada de 602 Km
HARD
BIKE
TOUR 9
As acomodações na cidade de Ibéria (20 Km à frente de San Lorenzo) onde pernoitamos na nossa última noite em território peruano foram as piores possíveis. Dormimos mal e muito pouco em um péssimo hotel, que foi o único que conseguimos pois todos os outros estavam lotados. Ibéria é a segunda maior cidade do Departamento de Madre de Dios e conta até com aeroporto,motivo pelo qual os poucos hotéis da cidade estão sempre cheios de hóspedes (aeroporto naquela região é coisa rara). Pela manhã bem cedo retornamos ao desolado vilarejo de San Lorenzo para iniciarmos o derradeiro dia de nossa aventura pelo Perú e também da Hard Bike Tour 9. Por volta de 09:00 hs iniciamos a pedalada que terminaria em solo brasileiro.
RALLY
de la
SIELVA
O calor anunciava-se fortíssimo e a noite mal dormida, depois de uma sequência de cerca de 360 Km em 02 dias, ameaçava cobrar um alto preço em termos ciclísticos. Imprimimos um ritmo bem cadenciado nos primeiros quilômetros e paramos na cidade de Ibéria por volta de 10:30 hs para um reforço alimentar e também para compra de líquidos (sucos e refrigerantes), pois dali até a fronteira com o Brasil (cerca de 70 Km) não haveria nenhum vilarejo ou cidade. A jornada foi se desenrolando de maneira lenta e por volta de 13:00 hs havíamos percorrido 50 Km. O dia ficou nublado e um mormaço cruel tomou conta da floresta. Por sorte encontramos a casa de um agricultor que tinha um chuveiro de água fria do lado de fora de um rancho e nos foi permitido refrescar as idéias e o corpo naquela insólita e muito bem vinda ducha "natural".
Valeu Todas, Pardal!
Ciclistas na Fronteira
Adiós, Perú!
Aproveitamos os últimos quilometros para apreciar os sons e as cores daquele lugar mágico, desértico e hostil. Já havíamos absorvido o cansaço e agora contávamos os metros e os minutos para chegar na fronteira. Depois de mais uma pequena elevação em curva avistamos o posto da aduana peruana na entrada da cidade de Iñapari. Após os trâmites burocráticos, atravessamos a pequena cidade de Iñapari e chegamos numa grande placa indicando que a partir daquele ponto já estaríamos em terras brasileiras. Estávamos bem contentes e paramos para tirar as últimas fotos de nossa jornada peruana. Eram exatamente 16:00 hs quando adentramos ao Brasil. Depois de passarmos na aduana brasileira, pedalamos mais 01 quilometro e chegamos na praça da cidade de Assis Brasil por volta de 16:30 hs. Após uma pequena comemoração, achamos um bom hotel e fomos tirar um merecido e necessário descanso. VALEU TOTAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!